Novembro foi um mês intenso de ações contra as arboviroses, que são doenças como dengue, zika e chikungunya. Mobilização, ações de limpeza, entre outras ações tradicionais, ganharam reforço inovador em Vespasiano. Desde 21 de novembro, o município utiliza o Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), conhecido como drone, como suporte aéreo às ações de combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Esta é uma nova estratégia que a cidade adotou, com apoio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), e que vai complementar a ação dos Agentes de Combate às Endemias (ACSs).
O drone consegue voar até 10 quilômetros de distância do controle remoto e chega a fazer pelo menos 1.200 fotografias durante o voo. As fotos são entregues ao município para que os agentes possam dar continuidade ao trabalho. Os locais com prováveis pontos de criadouros do Aedes aegypti são identificados para que os agentes façam a visita e eliminem ou realizem o tratamento de focos e potenciais criadouros do mosquito.
O enfrentamento a situações complexas exige mudança de estratégia. O ano de 2024 foi o pior ano da história da dengue no território dos 39 municípios da Unidade Regional de Saúde (URS) de Belo Horizonte, com 586.630 casos prováveis da doença. Para possibilitar mais ferramentas para a gestão, alcançar novas ações na prevenção à doença, reduzir o número de focos e reduzir o número de casos, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais publicou a Resolução 9.035/2023, que define as regras de financiamento do projeto de caráter transitório por meio de incentivo financeiro para utilização de Veículos Aéreos não Tripulados como suporte às ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, instituído pela Deliberação CIB-SUS/MG nº 4.366/2023.
Os drones farão mapeamento de focos de mosquito transmissor, favorecendo a eficácia das ações das secretarias municipais, orientadas por dados. “O projeto de utilização de veículos aéreos não tripulados (drones) é uma inovação importante do Governo de Minas que visa melhorar a identificação de criadouros, ou possíveis criadouros, do Aedes aegypti, em locais de difícil acesso para os Agentes de Combate às Endemias municipais, qualificando os trabalhos de controle vetorial em todos os municípios do estado”, explica o coordenador de VIgilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Belo Horizonte, Francisco Lemos.
Mobilização e participação popular
Não apenas de inovação e tecnologia foi feito o enfrentamento às arboviroses. No dia 9 de novembro, diversos municípios realizaram o chamado “Dia D”. Em Sabará, a supervisora de ações educativas do Centro de Controle de Zoonoses do município, Bárbara Rocha, destacou as iniciativas para prevenir epidemias de arboviroses. “O Dia D teve como objetivo principal orientar a população sobre as formas de prevenir e combater o mosquito Aedes aegypti. Por meio de panfletos informativos e orientações práticas, a ação buscou conscientizar a população sobre a importância de eliminar possíveis criadouros do mosquito”.
No mesmo contexto, o secretário municipal de Saúde de São José da Lapa, Carlos Henrique Ferreira Alves, ressaltou que o enfrentamento às arboviroses é frequente. “Realizamos ações frequentemente tanto para mobilização da população quanto diretamente para eliminar os focos do mosquito”, afirmou.
Ações de prevenção que devem ser feitas pela população na prevenção à dengue, zika e chikungunya:
- Eliminar a água parada: verificar se não há recipientes com água parada em sua casa e quintal. Isso inclui pratos de plantas, garrafas, pneus e calhas.
- Manter caixas d’água fechadas: certificar-se de que caixas d’água, tonéis e barris estejam bem tampados para evitar que o mosquito deposite seus ovos.
- Limpar ralos e calhas: ralos e calhas devem ser limpos regularmente para evitar o acúmulo de água.
- Cuidar das plantas: trocar a água dos vasos de plantas aquáticas e lavá-los com escova, água e sabão semanalmente.
- Descartar corretamente o lixo: manter o lixo em sacos fechados e em locais apropriados. Evite deixar objetos que possam acumular água expostos ao ar livre.
- Receber os agentes de saúde: permita a entrada dos agentes de saúde identificados em sua casa para que eles possam verificar e eliminar possíveis focos do mosquito.
- Participar de campanhas de mobilização: envolver-se nas campanhas de mobilização promovidas pela comunidade e compartilhar informações com seus vizinhos e amigos.
Texto: Leandro Heringer / Fotos: SMSs Sabará, São Josér da Lapa e Ascom de Vespasiano