TRANSMISSÃO | SINTOMAS | PREVENÇÃO | DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO | VACINAÇÃO | ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE
O rotavírus é um dos principais agentes virais causadores das doenças diarreicas agudas, e uma das mais importantes causas de diarreia grave em crianças menores de 5 anos no mundo, particularmente nos países em desenvolvimento.
Pessoas de todas as idades são suscetíveis à infecção por rotavírus, no entanto a gastroenterite, ou seja, a manifestação clínica, é mais prevalente em crianças menores de 5 anos. Recém-nascidos normalmente têm infecções mais leves ou assintomáticas, provavelmente devido à amamentação e aos anticorpos maternos transferidos pela mãe.
IMPORTANTE: A rotavirose, se não tratada adequadamente, pode evoluir para complicações e quadros graves, que podem, inclusive, levar à morte.
O rotavírus é transmitido pela via fecal-oral (contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados, e propagação aérea por aerossóis) e é encontrado em altas concentrações nas fezes de crianças infectadas.
O intervalo entre a data do primeiro contato com o vírus até o início dos sintomas da doença, é de 2 dias em média. Entre o 3° e 4° dias dos primeiros sintomas a transmissão ocorre mais facilmente, devido a sua carga viral elevada no organismo. Apesar disso, é possível detectar rotavírus nas fezes de pacientes mesmo após a completa resolução da diarreia.
O rotavírus se espalha facilmente entre bebês e crianças pequenas.
Doentes podem espalhar o rotavírus para membros da família e outras pessoas com quem têm contato próximo. As crianças são mais propensas a contrair rotavírus no inverno e na primavera (julho a novembro).
Os sinais e sintomas clássicos do rotavírus (rotavirose), principalmente na faixa etária dos 6 meses aos 2 anos, são as ocorrências repentinas de vômitos. Na maioria das vezes, também podem aparecer, junto com os vômitos:
Podem ocorrer formas leves e sem a ocorrência de sintomas nos adultos, na fase neonatal e durante os quatro primeiros meses de vida.
Nas formas graves, o rotavírus (rotavirose) pode provocar:
Algumas medidas podem prevenir a infecção por rotavírus (rotavirose), como a administração da vacina para rotavírus em crianças menores de 6 meses.
Outras ações de prevenção incluem práticas de higiene e consumo adequado de alimentos, tais como:
O diagnóstico de rotavírus nos serviços públicos de saúde ocorre a partir da coleta da amostra de fezes enviada ao laboratório da rede de saúde pública para análise.
Diante da suspeita de rotavírus, deve ser realizado o diagnóstico diferencial considerando-se todos os microrganismos capazes de causar doenças diarreicas agudas. Recomenda-se, portanto, a coleta simultânea de amostras de fezes para análise viral, bacteriana e parasitológica.
O tratamento adequado deve ser estabelecido conforme o Manejo das Doenças Diarreicas Agudas:
IMPORTANTE: Não é recomendado o uso de antimicrobianos, antidiarreicos e antieméticos.
A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença. As vacinas contra o rotavírus são consideradas a medida mais eficaz para evitar casos graves e mortes pela doença, e são disponibilizadas gratuitamente pelo SUS.
A vacina está recomendada para crianças aos 2 e 4 meses de idade.
A primeira dose pode ser administrada a partir de 1 (um) mês e 15 dias até 3 meses e 15 dias. A segunda dose pode ser administrada a partir de três meses e 15 dias até sete meses e 29 dias, mantendo o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
A vacina contra o rotavírus é contraindicada para crianças com histórico de invaginação intestinal ou com malformação congênita não corrigida do trato gastrointestinal.
Crianças com quadro agudo de gastroenterite (vômitos, diarreia, febre), devem aguardar a vacinação até a resolução do quadro.
Crianças com imunodepressão deverão ser avaliadas e vacinadas mediante prescrição médica.
Boletim Epidemiológico Rotavírus